terça-feira, 7 de abril de 2015

[Review] Miracleman #2

Miracleman #2 - Panini

Continuando o que foi mostrado na primeira edição da revista, onde acontece o renascimento/regresso de Mike Moran como Miracleman, a edição começa com uma cena na casa do herói, mais precisamente no quarto do casal Mike e Liz Moran. Sua esposa ainda tentando digerir a história revelada a ela pelo seu marido que dorme tranquilamente, como em muito tempo não se via. Liz reluta em acreditar que o homem com quem vive a 16 anos seja um super herói. Ela não fazia ideia e nem tinha motivos para acreditar em tal história. Até a noite passada. Ainda buscando por afirmação de não estar sonhando, ela perambula pelo apartamento, tocando cada móvel, sentindo cada cheiro que lhe dê a percepção da realidade.

O telefone toca, Liz atende. E a partir daí começa a se desenrolar a história, e varias surpresas  (ou não) começam a decorrer. Ao começar pela pessoa que faz a ligação. Johnny Bates o antigo Kid Miracleman e amigo de Mike. Vamos lá, na década de 50 e 60 Johnny Bates, Dicky Dauntless e Micky Moran faziam parte da família Miracleman. Os dois primeiros recebiam os poderes ao pronunciar o nome do nosso herói principal, ao invés de Kimota. Como os fatos mostram na primeira edição, Mike acha que seus dois amigos morreram na explosão da belonave que flutuava a orbita da Terra em 1963, no qual o próprio perdeu a memória após ser atingido no evento.

Porém aparentemente o jovem Johnny sobreviveu ao ocorrido, e além disso se tornou um grande empresário no ramo da computação. Sua companhia tem uma marca respeitada, sua empresa possui filiais em várias partes do mundo. Bates convida o casal para um almoço na sua empresa, para colocar o papo em dia com seu velho companheiro e contar os fatos que se sucederam em sua vida após o fatídico acidente. Hoje em dia, um homem de renome internacional e rico, Johnny diz que já não possuí os poderes de antigamente e conta como foi sua alçada ao sucesso. Mike presta muita atenção no papo desferido pelo agora não mais tão jovem, porém imponente e galã Johnny Bates. 

Mike não fica convencido dos relatos contados, e várias hipóteses começam a aflorar em sua mente. "E se Johnny não perdeu realmente os poderes?" , poderia ter se utilizado de seus dons e se aproveitado da 'morte' de seus companheiros para subir na vida, conseguir sucesso?

Talvez sejam só coisas de sua cabeça. Talvez não.

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Assim se inicia o plot trazido nesta edição de Miracleman. Alan Moore faz um trabalho primoroso na caracterização dos personagens, nos diálogos e na narrativa da história. Vamos conhecendo os protagonistas aos poucos e ao mesmo tempo nos identificando com alguns deles. Juntamente com a arte de Gerry Leach, a obra toma contornos cinematográficos. Nada é colocado ali para preencher um espaço vazio, tudo faz sentido, e a colorização dá um toque especial de realismo aos desenhos. Cada movimento, cada fio de cabelo, cada expressão facial é desenhada com primor que prende a atenção do leitor.

Podemos ter um vislumbre do que será o vilão da saga. E que vilão. Cruel, sem escrúpulos, sem piedade, esse sim merece com certeza ser chamado de vilão. Além disso, ele consegue assim mesmo provocar emoções distintas com o público. Faz o temermos realmente pela sua imposição,poder e maldade, mas também nos cativa pela sua coragem, determinação e classe. Você percebe que ali tem muitas coisas mal resolvidas com o tempo, muitos sentimentos reprimidos que farão parte da relevância do caráter do personagem para a trama.

Surge também um novo personagem na saga. Moore logo na segunda parte da revista (Originalmente Warrior #4) já introduz o tema viajem no tempo. No futuro 1985 vemos Miracleman e outro herói misterioso chamado Ferreiro Cósmico (isso mesmo, Ferreiro) tendo que fazer uma viajem ao passado para consertar algo terrível que está acontecendo no presente deles.

Esta parte é desenhada por Steve Dillon, e percebe-se uma queda de qualidade na arte, pelo menos na minha opinião. O realismo se perde um pouco, a anatomia dos desenhos soa meio estranha, mas o colorista é o mesmo então a arte não deve atrapalhar muito a leitura muito menos o desenrolar da trama.

Em resumo uma obra de tremenda qualidade e temos motivos de sobra para sermos felizes de estar sendo publicada na íntegra nos mesmos moldes americanos aqui no Brasil. Vale muito a pena acompanhar esta saga, que só melhora com o andar das edições.


Nota: 

9,5/10 (Excelente)


E se você gostou do Review comente, se não gostou também comente e fale os pontos negativos, sua opinião é importante.





Esmeralda Comics (Visite o Site)











domingo, 5 de abril de 2015

Miracleman - Review

Kimota!!

A origem do Capitão Marvel, Shazam!, Marvelman, Miracleman...


Na década de 40 nos Estados Unidos era publicada uma história em quadrinho que fazia muito sucesso. O nome do herói que vendia, e se popularizava mais que o Superman, era Capitão Marvel. Um simpático garotinho chamado Billy Batson ,que trabalhava como repórter de rádio, recebeu poderes muito especiais devido a sua bondade de um antigo mago, Shazam , ao pronunciar a palavra Shazam! Billy deixava de ser um garoto e se transformava no defensor dos fracos e oprimidos Capitão Marvel. Com a ascensão da publicação pela Fawcett Comics a DC Comics, que na época era a National Comics, vendo que as vendagens de seu maior ícone (Superman) estava ficando para trás resolveu entrar com um processo contra a Fawcett  Publications alegando plágio de seu personagem. E você sabe como é a justiça não é, pois bem o julgamento se alongou por incríveis  12 anos e em 1953 a Fawcett parou as vendas de quadrinhos por não estar mais dando o lucro esperado, e com o acordo, o final do processo chegou também com a DC obtendo os direitos do personagem fora dos tribunais. Acontece que na Inglaterra havia uma editora, a Len Miller com sede em Londres, que republicava as histórias do Capitão Marvel da Fawcett, o qual fazia (também) grande sucesso entre os jovens ingleses. E devido ao acordo entre Fawcett e DC Comics e todas as brigas judiciais, a editora foi obrigada a tirar de circulação a revista do Shazam! por lá também. 

E ai veio a questão: O que fazer para manter o público e as vendas de um personagem tão adorado que não nos pertence mais? Foi ai que Miller chamou um jovem escritor e desenhista inglês, Mick Anglo, incumbido da missão de criar um personagem que vendesse tanto quanto o herói americano. Assim, de uma forma bem plagiosa  (se é que existe esta palavra), Anglo fez sua própria versão do Capitão Marvel, mudando o uniforme, nome, e alguns outros aspectos. Nasce, Marvelman o alter ego de Micky Moran, um garoto que trabalhava em um jornal e ganhava super poderes ao falar a palavra Kimota! (Atomic, ao contrário).

Basicamente e resumidamente essa é a origem do personagem, que mais tarde nas mãos de Alan Moore recebeu o nome de Miracleman. Duas fases do personagem, na década de 80, merecem uma atenção especial do público ligado aos quadrinhos. A primeira é a fase que estreou em março de 1982 na revista Warrior, ela é escrita pelo consagrada Alan Moore que revolucionou o personagem e não somente isso, com essa publicação revolucionou o gênero de super herói, com uma nova forma de olhar e escrever as histórias. A segunda fase é a escrita em 1985 pelo também renomado Neil Gaiman. Fase a qual nem foi finalizada na época.

Pois bem, fora todos os problemas judiciais citados e os não citados, a Marvel Comics adquiriu os direitos de Miracleman e em janeiro de 2014 começou a publicação mensal do personagem lá fora. E menos de um ano depois a revista chega ao Brasil. Mas com algumas ressalvas. ao invés de começar a contar novas histórias ou reinventar a origem do personagem, a Casa das Ideias decide re-publicar o material escrito por Moore, o mesmo escrito na década de 80. Porém sem mencionar o nome do roteirista, que não quis que fosse, ao invés de Alan Moore aparece "O escritor original".

Além disso a fase de Gaiman também será republicada na íntegra, e mais , ela será finalmente finalizada. Aqui no Brasil a revista causou controvérsia antes mesmo de ser publicada, por causa da formatação de publicação, muitos queriam que fosse um encadernado de capa cartonada e papel bonito, pelo menos, por se tratar de um material de fundamental importância histórica. Mas a Panini resolveu publicar mensalmente o personagem, com um papel melhor que o jornal utilizado nas mensais comuns mas obviamente inferior ao LWC dos encadernados. Mesmo assim vale a pena colecionar pela importância dessa HQ e acima de tudo por se tratar de um material de alta qualidade de roteirização e desenhos fantásticos.

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O primeiro número que saiu por aqui ainda em 2014 contém várias histórias. Miracleman de 1985, a fase de Moore de 1982 da revista Warrior, que será a que continuará ao longo dos outros números, algumas histórias de Mick Anglo da década de 50 em preto e branco, além de vários extras como; Capas alternativas, esboços do desenhista, uma Origem resumida do Marvelman, e uma entrevista feita por Joe Quesada (diretor criativo da Marvel) e Mick Anglo.



A história principal é a já citada várias vezes acima, a fase Alan Moore. Tudo começa em um sonho, nele Micky Moran aparece caracterizado como Miracleman lutando ao lado de seus antigos aliados no espaço, até que algo terrivel acontece e Micky acorda. Ele não se lembra de ser Miracleman, nem se lembra da palavra mágica que lhe dá os poderes, apenas sonha o mesmo sonho seguidamente. 
Ao cobrir uma inauguração como repórter freelance que é, Mike e os demais no local se deparam com o terror. Bandidos armados de metralhadoras adentram o local fazendo das pessoas reféns, e alegando que vieram roubar plutônio da centra energética do local. Mike sofre uma crise de enxaqueca e cai no chão, com muita dor, sofrendo muito, imagens começam a invadir sua mente, ele olha para uma porta a qual contem um dizer no vidro, ele consegue lê , e de repente ao notar a palavra Atomic no vidro se lembra e pronuncia a palavra Kimota!


Pronto, Miracleman está de volta....


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Roteiro muito bem produzido por Moore, bem fluente, sem cansar o leitor. Além de não desconsiderar as histórias clássicas do herói dos anos 50 e as características principais do personagem. Os desenhos são fabulosos Gerry Leach fez um trabalho fenomenal, conseguiu passar movimentos a história, as expressões dos personagens são bem realistas e com ótimos detalhes. Logo logo, as outras edições terão reviews por aqui também.

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Nota:

9,5/10 (Excelente)

Vale e muito a pena conferir. Não pode faltar na coleção de ninguém.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Review - O Julgamento de Jean Grey (Novíssimos X-Men)

Publicação e Premissa 





As edições 16 e 17 da revista mensal dos X-Men aqui no Brasil trazem um arco muito especial apara os fans da franquia. Após os eventos de A Batalha do Átomo, praticamente tudo foi reformulado nos títulos mutantes. Os x-men originais do passado, juntamente com Kitty Pryde, agora estão ao lado de Ciclope na Nova (e Secreta) Escola Xavier para Jovens Superdotados ,tendo deixado a equipe de Wolverine e Tempestade. X-23 (Laura Kinney,clone feminino de Wolverine) que recentemente foi salva da perseguição de um grupo extremista religioso e anti-mutante, agora faz parte da equipe comandada pela Lince Negra. 

Após os últimos embates da equipe de X-Men originais, a poeira aparentemente baixou, e tudo vai indo muito bem na Escola Xavier...aparentemente. A situação muda de caráter quando uma nave misteriosa pousa no quintal da base secreta mutante, falando uma linguagem desconhecida dos humanos e portando armas de alta tecnologia ,o pânico logo se instala na escola. Até este momento ninguém fazia a menor ideia do que se tratava a invasão, e nem deu tempo de pensar em nada ao certo. Rapidamente os alienígenas neutralizam os poderes dos mutantes e capturam Jean Grey, deixando os outros sem a menor chance de reação. Tudo acontece rápido de mais e sem explicação alguma.

Minutos depois, aparece outra nave no céu da escola. Quando os tripulantes descem da nave...são nada mais, nada menos que os Guardiões da Galaxia. Eles perguntam aos mutantes, se chegaram tarde demais ao local. Com isso tem inicio a primeiro crossover entre os X-Men e Os Guardiões da Galaxia.
Acontece que a noticia de que os X-Men originais estão no presente se espalha muito rapidamente pelos confins do universo, chegando até os conhecimentos do Império Shiar. Anos atrás quando a Fênix tomou o lugar de Jean Grey nos X-Men (até então se pensava se tratar da própria Jean Grey dominada pela Fênix) e se tornou a Fênix negra, ela acabou indo ao espaço e destruindo uma estrela a qual orbitava um planeta que acabou sendo consumido pela explosão. Como resultado, milhões de habitantes deste planeta acabaram morrendo*. 

Sabendo que a (suposta) responsável por este ato terrível, está viva e na nossa linha temporal, o atual majestor  do império Shiar, Kallark, convoca uma reunião com a presença dos principais líderes do universo. Ele deseja trazer a jovem Jean Grey a julgamento, por este ato cometido anos atrás. Porém J'Son rei de Spartax e pai de Peter Quill, Star Lord, se opõe a Kallark alegando que a jovem vinda do passado não pode ser julgada por um crime que ainda nem cometeu. Kallark ou Gladiador, como é conhecido pelos X-Men, não dá ouvidos a J'Son e parte para a ofensiva capturando e prendendo Grey para um posterior julgamento na capital do império Shiar.

Após inúmeras invasões alienígenas sofridas pela Terra, os Guardiões da Galaxia, vêm monitorando os sistemas de comunicação de vários impérios intergalácticos para ficar por dentro e tentar impedir uma possível nova investida contra o planeta. Em um desses monitoramentos Rocky Raccoon o "guaxinim falante", capta uma transmissão feita pelos Badoons em que seres da raça conversam sobre um possível sequestro de Jean Grey por parte do império Shiar. Tentando evitar o pior, o grupo parte em direção à Terra para tentar impedir os alienígenas.

Opinião:


A premissa é tão simples quanto o nome, levar Jean Grey a julgamento. Só que pra mim não colou. Isto é uma opinião pessoal, porque se você parar pra pensar um pouco, isso já aconteceu, não tem porque repetir de novo. Na Saga da Fênix Negra, Lillandra (que era ,na época, majestrix do império Shiar) captura Jean Grey (Fênix), que é julgada culpada e tem sua pena de morte decretada. Obviamente os X-Men junto com o Professor Xavier não deixam que ela seja executada e promovem um embate épico ,na Lua, contra a Guarda Imperial. Se os X-Men vencessem Jean seria poupada. ao final da saga a Fênix (na forma de Jean) acaba se suicidando pelo bem de seus colegas mutantes. Uma grande saga que ficou marcada para sempre nas histórias das HQ's. 

Pra mim, ficou muito, mais do mesmo. Na minha opinião tanto esse arco como a Batalha do Átomo poderiam, e deveriam, ser melhores desenvolvidos. 

Não que a saga seja ruim, ela é até bem desenvolvida dentro da sua proposta, tem belos momentos e muitas consequências legais para a continuação do título, porém ficou uma sensação de faltou imaginação na hora de fazer algo novo.

As cenas de ação são ótimas, os diálogos são bem humorados e essa união dos Guardiões e X-Men casou perfeitamente com o tom das histórias dos dois grupos. Se tratando de uma quantidade bem grande de personagens é claro que nem todos foram tão bem explorados ou retratados como outros, faltou mais Groot e X-23 na minha opinião, os dois ficaram bem de fora da trama levando até a um dialogo do Star Lord na parte final da trama bem engraçado sobre isso. O Homem de gelo como sempre muito bem fazendo sua graça, e desta vez não ficou cansativo como outras vezes. A Ângela, nova integrante dos Guardiões teve grande participação, e a personalidade dela e a ideia de que ela acabou de chegar neste universo foi muito bem explorada.

Os desenhos nem preciso falar, ótimos como sempre. Mesmo se tratando de títulos diferentes tanto quanto Immonem (X-Men) quanto Pichelli (Guardiões) não deixam devendo um para o outro e o leitor nem nota muita diferença entre as publicações.

Resumindo, os prós são bem maiores que os contras e eu gostei bastante. Uma saga imprescindível em termos de cronologia e consequências  que irão repercutir muito ainda.


Nota: 

7,5 / 10  (Bom)

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*Fatos mostrados em A Saga da Fênix Negra. Nesta época a entidade cósmica Fênix estava vivendo no lugar de Jean Grey, que estava em uma espécie de casulo sob a Baía da Jamaica em Nova York, desde uma missão espacial feita pelos X-Men.

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Imagens













segunda-feira, 16 de março de 2015

Homem-Aranha: Histórico

Coleção Histórica Marvel: Homem-Aranha

















Já é uma publicação antiga e dificilmente encontraremos em bancas, mas não tão antiga assim que uma boa busca virtual você não encontre por ai. A Coleção Histórica Marvel do Homem-Aranha foi trazida pela Panini em 8 volumes que começou a ser comercializada em 2013. A ideia era de trazer histórias clássicas do aranha da década de 60 e 70 escritas pelo lendário Stan Lee e desenhadas por Steve Ditko ,co-criador do personagem, a um preço mais acessível aos leitores que não obtiveram acesso as Bibliotecas Históricas do personagem (publicação de luxo e bem mais cara).
Os primeiros 4 volumes, contém uma coletânea de histórias dedicadas aos maiores vilões do aracnídeo: Duende Verde, Doutor Octopus, Lagarto e o Sexteto Sinistro. Neste material são contadas os primeiros encontros do teioso com seus maiores vilões e a fatídica morte de Gwen Stacy, por isso vale muito a pena a aquisição deste material se você quer conhecer mais do Aranha e da história do personagem.

Dentre os quatro primeiros volumes, na minha opinião todos são excelentes, as histórias com o Duende e DocOck são bem divertidas e é legal ver estes personagens na ideia de concepção deles pelo seu criador Stan Lee. Mas o último número que trata do Sexteto é bem interessante por trazer as origens de personagens como o Abutre, Kraven o caçador, Electro, Homem Areia (que visualmente tinha o poder mais legal e assustador) e Mystério. Várias ideias e misticas clássicas do Homem-Aranha estão presentes nas histórias (obvio), nós vemos o herói ser construído bem na nossa frente e passando por dramas da adolescência, familiares e também financeiros. É aqui que Parker tem a ideia de se tornar fotógrafo para ganhar "um extra" e ajudar tia May com as despesas da casa.
Também é mostrada a relação que começa a se tornar mais intensa entre Parker e JJ Jameson, que está sempre a procura de uma noticia que coloque o Homem-Aranha como o vilão que ele acha que é.

Os amores de Peter também estão presentes na trama, mas sem a presença de Gwen ou Mary Jane as mais famosas namoradas do herói, Peter ainda está no colegial e está sempre tentando, sem sucesso, se aproximar de Liz Allen para o desespero de Flash Tompson, que está sempre a gozar da cara do aparentemente estudante nerd, paralelamente a isto a secretaria de JJ Jameson, Betty Brant nutri um amor até agora não correspondido pelo tímido repórter.
Os desenhos já ultrapassados a este momento, na época eram artes primorosas feitas por Ditko, e quem é mais saudosista assim como eu vai apreciar com certeza a arte do material. A diagramação das páginas, sempre trazendo as cenas em quadros retangulares, também já não são usadas hoje em dia , hoje o artista tem, digamos, uma maior liberdade para o desenvolvimento da história tornando muitas vezes as cenas tomarem uma página inteira e sem muito padrão para seguir como naquela época. Os diálogos também são ultrapassados (é claro, pelo tempo), em geral são usadas caixas de diálogos para explicar qualquer coisa, que sejam até mesmo insignificantes, com isso a leitura se torna mais densa mas nada que danifique o humor da 'tira' só atrapalha um pouco na hora de ler mesmo.

Em resumo,  são histórias para você ler descompromissado, se divertir e aproveitar ao máximo o trabalho de formação destes personagens tão icônicos, hoje em dia, na história das Histórias em Quadrinhos.


Nota:

8,5/10 (Muito Bom)






























terça-feira, 10 de março de 2015

Coleção Histórica Marvel (CHM) - Os Vingadores Vol. 1 (Capitão Marvel vs Thanos)

Publicação:

Data: Agosto/2914
Preço: R$22,90
Capa: Cartonada
Papel: Offset
Lombada: Quadrada

A coleção histórica dos Vingadores, foi publicada no mesmo estilo das anteriores (CHM Homem-Aranha; CHM X-Men), em quatro volumes abrangendo clássicos das HQ's destes personagens. Apenas uma diferença: a CHM Homem-Aranha teve ao total 8 volumes (até agora).

Este primeiro volume que será descrito a seguir, reúne praticamente apenas as histórias publicadas originalmente em Captão Marvel (Captain Marvel 28-34) e apenas uma de Os Vingadores (Avengers 125). Mas isso tem uma explicação, apesar do nome da coleção se tratar dos Vingadores, este volume é dedicado a um dos mais famosos vilões da Marvel o titã louco Thanos, e seu confronto com o soldado da raça Kree, Mar-Veel. 
Acontece que os vingadores tem fundamental importância na trama, na época Rick Jones, aquele mesmo, amigo do Hulk estava "preso" à Mar-Vell (isto é bem explicado na história) enquanto Rick estava na Terra normalmente como um humano, o Captão Marvel ficava na "Zona Negativa" (uma outra dimensão) e se comunicava com Rick através de pensamentos. Quando o Capitão queria vir à esta dimensão (trocar de lugar com o rapaz) Rick encostava os braceletes que tinha em seus pulsos e "puff" ele ia para a "Zona Negativa" e Mar-Vell tomava seu lugar na Terra. (Ou em qualquer outro lugar que estivesse). Jones era muito chegado aos Vingadores, e o desenrolar da história tem inicio quando o mesmo está na mansão de Tony Stark com o restante dos heróis observando sua amada Lou-Ann, inconsciente por conta de um disco de controle mental induzido pelo Controlador, um vilão que está sob o comando de Thanos.

Thanos que veio à Terra para um único propósito: Dominar o mundo (lógico, né!). Pois bem, e para conseguir seus objetivos ele veio à procura de um artefato bem conhecido do público marvete, o Cubo Cósmico. Thanos alega que por mais que muitos outros já tenham estado com o cubo em suas mãos, nenhum deles entendeu realmente como controlar o poder do objeto, e que ele Thanos seria o primeiro a desvendar os segredos do artefato cósmico. 

Nesta saga, vários personagens clássicos vão aparecer, um deles que não poderia faltar se tratando de Thanos, é Drax (O Destruidor) que está bem diferente do atual Drax dos Guardiões da Galaxia, muito mais poderoso e com uma roupa bem diferente. Sua simples justificativa de estar vivo é matar o titã louco.





. É um dos primeiros personagens a aparecer fora do núcleo dos Vingadores e já partindo pra cima de seu desafeto ensandecidamente, e sem resultado.

É nesta história ainda que vemos o Capitão Marvel passar por uma transformação mudando a coloração de seu cabelo do branco para o dourado. Mas essa não é só a mudança mais significativa e nem a do uniforme, o soldado Kree tem uma mudança psicológica e mental, além de voltar muito mais forte do que já era. 

Jim Starlin cravou seu nome na história da Marvel e das HQ's com sagas tipo essa (cósmica), além de criador de Thanos, o roteirista e desenhista é criador de vários outros personagens e mitologias envolvendo o personagem. E ler esta edição me deixou muito empolgado para conhecer outros trabalhos do artista. Os desenhos são fabulosos e os diálogos e explicações (apesar de um pouco cansativos) estão muito acima do esperado para a época da década de 70. 

O Legal desta edição é a aparição da família de Thanos, bem como sua origem e a sua terra natal, Titã. Mesmo que resumidamente Starlin consegue passar para o leitor o entendimento de toda uma mitologia envolvendo o universo cósmico que criara para o personagem. Além de ser uma excelente história, contem tudo que uma grande saga precisa, drama, guerra, explosões e é claro um grande desfecho.


Nota : 


9,5 / 10 (Excelente)












segunda-feira, 9 de março de 2015

O Fantasma - Piratas do céu (Review)

Piratas do Céu



Publicação da Pixel Editora - selo Ediouro, O Fantasma - Piratas do Céu: A Saga completa foi lançado em uma edição de luxo em 2013 (não lembro o mês) seguindo os mesmos passos das outras publicações como Mandrake: O mágico, capa cartonada 128 páginas e miolo em papel Couche (papel de luxo), compilando histórias clássicas do personagem dá década de 30'.

Bela iniciativa da Pixel por trazer, agora em excelente qualidade, essas histórias que sem dúvida nenhuma influenciaram o mundo dos quadrinhos daquela época e continuam a influenciar até os dias de hoje. O Fantasma (ou "Espirito que Anda") é considerado o primeiro super herói mascarado dos quadrinhos e possui milhares de publicações, seja em tiras diárias e semanais de jornais bem como em publicações em grandes editoras como a Marvel e DC. O personagem criado por Lee Falk possui fãs em todo o mundo foi sucesso imediato em vários países da Europa como Dinamarca e Itália, onde suas publicações continuam até hoje. E aqui no Brasil não foi diferente, o protetor de Bengala já passou por várias editoras até chegar à Pixel onde já possui dois números.

O primeiro dos encadernados trazidos aqui se trata da segunda aventura do Fantasma publicada originalmente nos EUA em tiras diárias de jornais de 1936 a 1937. Realmente acho que nesse ponto a editora cometeu um erro, o certo seria trazer aos leitores a PRIMEIRA aventura dp herói, Os Piratas Singh (uma organização que são os maiores inimigos do "Espirito que Anda") pois Piratas do céu parte exatamente de onde termina a outra, mesmo o leitor não ficando perdido no desenrolar da trama, ela é de uma importância fundamental para os personagens da mesma. Ponto negativo para a Pixel.
Piratas do céu é uma quadrilha de piratas (aváh!!! é mesmo?!) composta só por mulheres que roubam/assaltam os Clipper's da época grandes aviões hibridos que carregam pedras preciosas ou qualquer outra carga de grande valor. As piratas tem seus esconderijo em uma ilha deserta e lá possuem um grande hangar onde guardam seus aviões e munições, além de ter um forte esquema de proteção e vigilância. As mulheres são muito inteligentes e grandes pilotos, são comandadas pela Baronesa, uma elegante e ardilosa criminosa que não tem pena de seus prisioneiros. Sala é a melhor piloto e braço direito da Baronesa, a moça conhece o Fantasma quando a mesma estava infiltrada na Irmandade Singh como uma espiã para as Piratas, quando o Fantasma desmantela a organização, Sala é presa e levada a um hospital para se curar de seus ferimentos, de lá a moça sai utilizando de sua beleza e inteligência para distrair os guardas e fugir, sem antes deixar que a culpa de sua fuga caia em cima do Fantasma. A partir dai o saga começa a se desenrolar e o Fantasma vai ter que usar de suas artimanhas como detetive e protetor dos inocentes para se livrar da prisão e além disso, capturar as piratas que andam fazendo a limpa nos céus da áfrica, derrubando aviões e roubando as riquezas transportadas.







Nesta saga o interessante é que paralelo as cenas de ações Kit Walker (o Fantasma) tem que lidar com a investida amorosa que acaba sofrendo pela Baronesa e Sala, duas das mais temíveis criminosas que já enfrentou, e usar essa paixão contra as próprias vilãs, usando sua inteligência e seu charme para tentar sobreviver a qualquer custo, jogando uma contra a outra. É legal ver o quão Lee Falk explorou a personalidade feminina na interação com o sexo oposto, e por outro lado o mesmo com o Fantasma que não se deixou por baixo. Sendo um material tão antigo, da década de ouro dos quadrinhos, por incrível que pareça não é uma leitura pesada e datada, confirmando o que muitos já sabiam Lee Falk é um escritor fora de seu tempo, um revolucionário.

Recomendo para qualquer fã de quadrinhos ler este material que pra mim é leitura indispensável, junto com o outro volume da série que logo mais estará aqui também como dica.

Além disso o encadernado conta com ótimas matérias sobre o histórico do personagem e dos escritores e desenhistas da série.

Nota:


8,5 / 10 (Muito Bom)























domingo, 8 de março de 2015

Lanterna Verde (Os Novos 52) - Sinestro - Parte 2

Parte 2 - Dois contra todos.


Após receber o anel verde, descobrir que seu planeta (Korugar) foi escravizado por sua antiga tropa amarela, Sinestro parte em busca de um aliado para lutar ao seu lado e libertar seu povo. E esse aliado não é ninguém menos que Hal Jordan, seu maior desafeto. 

Hal fica surpreso com a visita de Sinestro e parte pra cima do vilão, porém sem efeito algum, não tendo mais poderes ele é inofensivo perto de um portador da "maior arma do universo". Sinestro faz uma proposta ao rapaz que exita em aceitar de relance, porém acaba se rendendo a tentação de usar um anel novamente, após ter sido banido da Tropa Verde pelos Guardiões do Universo.
Sinestro concede a Hal a oportunidade de ser por mais uma vez Lanterna Verde, mas com uma condição, ajudará o ex-vilão a libertar Korugar da escravidão, em troca, ao fim da cruzada ele poderá ficar com o anel para si. Jordan e Sinestro partem para a missão, o ex-vilão mostra-se ser muito mais hábil com o anel do que Jordan já mais foi, porém reconhece a força de vontade do terráqueo. Ao chegarem em Korugar, os dois põem em prática o plano de Sinestro, e Hal parte para o centro do planeta para tentar desativar a fonte de poder dos Lanternas Amarelos, Sinestro fica no campo de batalha e perde o controle após ver uma Korugariana sendo atacada por seus ex-colegas, Arsona, uma ex-policial e antigo interesse amoroso do vilão. 

Enquanto isso Jordan aparentemente, não consegue cumprir sua parte do plano com eficiência e após quase ser vaporizado pela Bateria Amarela, é preso dentro de uma cela que é imune ao poder dos lanternas verdes. Sinestro estando em menor número também é pego e levado à prisão junto com os outros korugarianos. Jordan ,que está preso na cela ao lado, tem uma ideia de como sair de lá, e assim Sinestro confecciona vários anéis verdes e distribui para o seu povo. 

Utilizando a lanterna que Jordan havia tentado neutralizar a bateria amarela, eles conseguem escapar e neutralizar a fonte do poder dos vilões. Sinestro não é mais bem vindo no seu planeta natal, por conta de que seu povo o considera culpado de tudo que aconteceu por lá. Juntos Sinestro e Hal, partem para os céus com a Bateria Amarela neutralizada e a tropa presa e inconsciente. 

Como o prometido Sinestro deixa Jordan permanecer com o anel verde, mas como nem tudo na vida são rosas, lhe concede energia suficiente apenas para a volta à Terra, sem uma Lanterna para poder recarrega-lo após isso. Enquanto Hal volta para casa furioso com o ex-vilão, Sinestro ruma para Oa, lar dos guardiões do universo para colocar a tropa amarela no seu devido lugar, na prisão.

Na Terra, o ex-piloto da Ferris Aeronáutica, não pensa duas vezes para ir ao encontro de sua amada Carol, e se declara finalmente para a moça. Será que o herói finalmente assumirá um compromisso sério? Isso é assunto para um próximo post. :)


Opinião:


Para o começo da série este foi um bom arco, passou muito rápido assim como a leitura porque é bem objetivo, sem muitas frescuras, e prende o leitor à história. Mesmo sendo uma continuação dos fatos anteriores aos Novos 52 , você não fica perdido na cronologia do personagem, tudo é explicado com os diálogos. Johns fez um bom trabalho nesse início e já deixou um belo gancho para o próximo arco.
Uma boa leitura e fica a dica.

Nota:


7,5 / 10 (Bom)































  

Super Popeye (Review)

O primeiro super herói:


Quase dez anos antes de Superman e seus derivados começarem a povoar o mundo dos quadrinhos, um protótipo de super-herói mostrava sua força na tira Thimble Theater, de Segar.Criado em 1929 por Elzie Chrisler Segar, Popeye teve inúmeros continuadores nas tiras de jornais e gibis.

Esta versão apresentada ao leitor, compilada em um encadernado de luxo pela Pixel editora, selo Ediouro, é escreta por Roger Langridge e faz parte da publicação que saiu originalmente em 2011 nos EUA pela editora IDW. Uma versão moderna, porém ao estilo bem retrô (Era de ouro dos quadrinhos), foi bem recebida lá fora e rendeu boas críticas aos envolvidos, rs. E a Pixel aqui no Brasil esta fazendo um ótimo trabalho com essas séries de luxo que anda publicando por aqui, como O Fantasma, Mandrake, Luluzinha e agora um ícone da cultura pop Popeye. Um papel de excelente qualidade e com matérias especiais sobre os criadores e a história de publicação de personagem que são de fundamental importância para o leitor. E a capa desta edição é uma homenagem a revista Action Comics (1938) na qual ocorre a primeira aparição do Superman.






Nesta publicação vemos muitos personagens clássicos dos gibis do Popeye, e também das séries de desenhos animados, como Olivia Palito, Dudu, a Bruxa do Mar, Gugu entre outros. O Brutos (maior inimigo do Popeye no desenho animado da década de 70) também esta presente, só que com outro nome: Blutu, mas isso é devidamente explicado ao leitor na matéria que abre o encadernado, novamente ponto para a Pixel.

Langridge recebeu criticas positivas por este material que inclusive é considerado o melhor depois da década de ouro do personagem, isso fez com que eu realmente ficasse com uma grande expectativa que não foi justificada pela leitura. Para mim deixou a desejar, talvez por ser meu primeiro contato com o personagem nas HQ's , eu estava acostumado a velo apenas pelos desenhos que passavam de manhã na década de 90'. A verdade é que não achei grande coisa essa fase da IDW, o começo achei muito ruim, os diálogos eram muito pobres e o Popeye era a todo momento desrespeitado por seus colegas e isso foi uma coisa que me incomodou bastante. Mas os ingredientes clássicos estavam lá, o humor da primeira história não me convenceu achei muito forçado, porém a aventura foi legal. Vemos uma evolução de roteiro e história com o passar do tempo, a cada número , gostei bastante da história O Vingador Mascarado, mas foi só. Por um encadernado de 128 páginas de R$ 19,90, e sucesso de crítica, esperava mais.

Mas esta é apenas a opinião de UM leitor, então se você já leu, e achou que vale a pena comente ai, e diga por que você gostou :)

Nota:

6,5  /  10     (Regular)